O mundo, a crueldade, o absurdo e a amante deles



Neste mundo - o azul planeta que gira entre Vénus e Marte e cujo fim está decretado pela morte do sol -
 
neste mundo em que tantos países ricos em petróleo, ouro e diamantes deixam as suas gentes à fome e as crianças à morte - 
 
em que as dinastias dos ricos distribuem armas para as guerras que fazem florescer os negócios convenientes, independentemente dos cadáveres formulados -
 
em que os poderosos ainda calam com morte e prisão as vozes desconformes -

em que a loucura floresce apesar das inteligências agudas -

em que as barbaridades são alardeadas e vendidas - com alegria -

e a filosofia e a poesia - emudecidas -

neste mundo em que as pessoas valem pouco ou nada -

mas os mercados e o dinheiro são mais que deuses - e mandam nos povos -

neste mundo a crueldade e o absurdo dançam numa roda de pleno caos que ergue cada vez mais alto a crina de uma loucura perigosa e estridente.
 
Grassa a indiferença, porque, quando a desordem é muita, embotam-se a inteligência e os sentidos.

E a amante deles?

Chama-se cobiça.