Tabun

 
GA
 
Etílico dimethylphosphoramidocyanidato
 
Dimethylaminoethoxy-cyanophosphine óxido
 
Dimethylamidoethoxyphosphoryl cianeto
 
Etílico dimethylaminocyanophosphonate
 
Éster etílico do ácido dimethylphosphoroamidocyanidic
 
Etílico phosphorodimethylamidocyanidate
 
Cyanodimethylaminoethoxyphosphine óxido
 
Dimethylaminoethodycyanophosphine óxido
 
EA1205
 
 
Tabun é um veneno, e foi descoberto por acaso.

Serve para matar.

Fabricado em larga escala pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, serviu para matar na Guerra do Golfo, no final do Século XX.

Como o Sarin, ou GB, que deixa as pupilas tão pequenas como pontas de alfinetes, um composto organofosforado quinhentas vezes mais tóxico que o cianeto.

No massacre de Halabja, no Iraque, em 1988, a cidade curda foi bombardeada com Sarin pelo regime de Saddam Husseim.

Homens, velhos, mulheres, crianças, mais de dez mil foram atingidos e morreram imediatamente ou nos anos seguintes.

Como o Gás Mostarda, que causa cegueira e forma bolhas na pele e que foi usado no final da Primeira Guerra Mundial, pelos alemães, primeiro, e pelos aliados, depois.

A morte é horrível, tremenda.

Foi usado pelo Reino Unido contra o Exército Vermelho, por França e Espanha contra Marrocos, pela Itália contra a Líbia, pela União Soviética e pelo Japão, contra a China, pelo Egipto, contra o Yémen, pelo Iraque, contra os curdos, e está a ser usado hoje, na Síria, pelo Daesh.

Como o Agente Laranja, que servia para desfolhar as árvores e pôr à vista os soldados vietnamitas e que destruiu e mutilou, durante décadas, o povo vietnamita.

Porque não basta ter de morrer.

Não basta que a vida nos fustigue com mil amarguras, doenças e desencontros.

Com requintes de ferocidade nós os humanos encarregamo-nos de criar ainda mais terríveis os novos e sempre actualizados instrumentos da morte e da tortura.

Mais terríveis que as feras, que o caos ou que os cataclismos, mais terríveis ainda que o absurdo ou que o infinito, assim nos destruímos e matamos, porque os edifícios do inferno precisam de ser continuamente ampliados e recriados, modernizados com a vanguarda das novas tecnologias, com os resultados de ponta de lança da investigação científica e da indústria, não vá o inferno extinguir-se, não vão as chamas do sofrimento infinito ausentar-se desta terra, quando afinal tínhamos tudo, mas tudo, no suave planeta azul, que nos fizesse felizes.