Estaremos, de facto, sós?


Não é necessário recordarmo-nos que o número de planetas extra-solares não cessa de aumentar, desde que os cientistas afinaram os seus métodos de detecção remota da presença gravitacional dos corpos celestes.

Não é sequer preciso lembrar que a Sonda Kepler só até Dezembro de 2012 encontrou já mais de onze mil estrelas e dezoito mil planetas.

Basta pensar que o nosso sol é apenas uma estrela entre os duzentos ou quatrocentos bilhões de estrelas da Via Láctea, e que a nossa galáxia é apenas uma de entre cento e setenta bilhões de galáxias no universo observável, e que cada galáxia possui milhões ou biliões de estrelas, e que existem até as galáxias gigantes, que chegam a possuir cem triliões de estrelas.

Você consegue imaginar um número como cem triliões, sem reduzi-lo a uma qualquer percentagem?

Se é verdade que desde Copérnico perdemos o centro do universo e o topo da hierarquia dos seres na escala da criação divina, a verdade é que desde os avanços fulminantes da ciência e da tecnologia e da exploração do espaço no século XX conquistámos as mais pueris periferias e os mais singelos arrabaldes de uma entre milhões de galáxias e que não é mais que um ínfimo grão de poeira no meio da desmesurada luz incrível de um incomensurável universo.

É caso para perguntar - Estaremos, de facto, sós?